quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Sobre Consciência (rascunho).

Estou lendo um livro que meu namorado me mandou, Psicologia da Evolução Possível ao Homem, de Piotr D. Ouspensky. Não o li inteiramente e, portanto, este post é um rascunho sobre partes que já li.

Ano passado, por alguns meses, fiz um curso de extensão (que ajudaria em uma monografia ou coisa do tipo) ofertada por uma professora que admiro muito: Curso de Felicidade. Não era um curso de auto-ajuda (para a infelicidade de alguns), mas sim para conhecermos a área da Psicologia Positiva. Valeu à pena para conhecer mais meus colegas (e outros colegas também!). Obviamente, aquilo que era tradado no curso facilmente poderia ser convertido em auto-ajuda, mas enfim.

Um dia de curso, tratamos de um grande problema: como viver no momento? Lembro-me que nos deram um bombom de chocolate. A professora disse para saborearmos o bombom, vagarosamente. Aquele seria o momento para nos dedicarmos ao bombom. Em outro encontro, se não me engano, ela propôs um exercício: quanto tempo conseguiríamos ficar "sem pensar"?

Lendo determinada parte do livro, então, o autor discute sobre a consciência, o que é estar consciente. Ele propõe um exercício parecido com o da professora (pelo menos para mim), no qual se deve olhar para o ponteiro dos segundos de um relógio e pensar em nossa consciência, no momento presente. Eu tentei e durou poucos segundos. Continuei a leitura: dois minutos, no máximo, seria o tempo que um ser humano "normal" conseguiria ficar consciente. Diz o autor, então, que confundimos a consciência com a memória e nossos processos de pensamentos.

Ocorreu-me, ao ler essa parte, que nossa "consciência" não é de nós mesmos. É dos outros. É como pegar seus olhos. Você jamais se vê por completo, inteiro - a não ser que olhe para um espelho. Entretanto, o outro... ah, o outro vemos por completo, podemos ver mais que nós mesmos, em um sentido mais físico. É tão fácil também atribuir emoções aos outros e, mesmo que você erre, será pela falta de exatidão da emoção atribuída - triste, melancólico, ou feliz, contente, eufórico.

O que o autor tenta demonstrar é que perdemos algo precioso, nós mesmos. Sabemos de nossos sentimentos, mas isso é estar consciente de si mesmo? Sabemos o que queremos e não queremos, mas é realmente isso? Acho que poderia dizer que "sei" que o homem não sabe o que quer. Ele quer.
O ato de querer pode ser atribuído ao tipo de mundo ao qual estamos acostumados a lidar: um mundo que exige (e dá, de certa forma) um objeto de conceito abstrato - dinheiro -, exige que o homem use esse objeto para comprar roupas, alimento, tecnologia, amor, amigos, felicidade...

Discurso clichê, eu sei. É possível ver em vários lugares (e ouvir de em uma roda amigos em um bar qualquer) esse tipo de fala. Se é repetido, não tem valor? Ahem... Passamos para outra parte do discurso clichê: o homem parou de pensar, age como uma máquina qualquer, trabalha, volta pra casa... é um robô...
E posso passar para o difícil conceito de consciência retratado pelo autor: o pensar. Ele, porém, se recusa a dizer que é isso (mesmo porque não é). Deixamos de ter consciência há tempos, deixamos de pensar há tempos. Isso se equipara. Este pensar específico tem o valor da consciência. Porque usamos o "pensar" no discurso, a roda de amigos concorda com o "filósofo" e voltam a discutir sobre carros que saíram nos EUA. Afinal, os outros deixaram de pensar, mas nós... ah, nós não!

E voltam para suas casinhas os amigos, para o próximo dia, de ressaca, irem para o trabalho...

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O Livro da Bruxa.

Lá pro fim de dezembro, indicaram-me a leitura deste livro do título. Confesso que ainda não terminei a leitura, mas creio precisar arrumar minhas idéias aqui, para melhor articulá-las, ao longo de minha leitura.

O livro é narrado em primeira pessoa e este, para mim, é um golpe baixo. Baixo porque realmente gosto desse tipo de narrativa. Então, desconsiderem qualquer adjetivo exagerado, é tudo culpa deste narrador.

Seria completamente plausível dedicar um post para o narrador em primeira pessoa e como é mais fácil escrever assim, bem como aproximar o leitor do autor desta forma e por aí vai... mas esta não é minha intenção. Se quiserem, pensem como este tipo de narrador lhes afeta e poderemos discutir depois, quem sabe.

De qualquer maneira, é uma leitura fácil e bem rápida. Só não terminei ainda porque me dedico à outras coisas entre capítulos. Quem quiser, o livro pode ser encontrado em .pdf na internet (não sei onde, já que me enviaram o livro!)

Até certo capítulo, li o livro concordando com o que ele me passava. Até chegar em um capítulo, "Deusas". Este capítulo discorre sobre a superioridade das mulheres sobre os homens e, o seguinte, trata de relacionamentos (Polly, seria muito bom se você lesse tal livro!). Após este eu ainda não li.

De qualquer maneira, começarei do princípio. Não, não do livro; mas sim desses capítulos que citei. Se eu falar muito do livro, eu estragarei a leitura daqueles que talvez estejam interessados (sou péssima em resumos e só dou spoilers... da forma que eu gosto!). Basta dizer que é a história de um homem que, em determinado momento, faz amizade com uma senhora (a tal bruxa), que lhe dá lições sobre como ser uma pessoa melhor - aproveitar as coisas ao seu redor. Enfim, falemos daquilo que (me) interessa: "Deusas".

Neste capítulo, o autor conta sua conversa com a senhora, sobre mulheres. A senhora diz que mulheres são superiores e dá inúmeros motivos e exemplos para tal. O autor concorda e passa para o próximo capítulo. Eu, porém, não concordo (e esse é o motivo maior do meu post).
Não acho que mulheres são superiores. Tampouco acho que homens são superiores. Aliás, mulher/homem é uma definição tão... insignificante. Ao meu ver, superior a esses é o ser humano: aquele que não se limita pelo seu sexo ou gênero. É, portanto, uma criatura que não se define pelo pênis ou pela vagina que tem, tampouco pela opção sexual ou o papel que desempenha na sociedade enquanto ser sexual (homem ou mulher).
Falar assim é fácil, difícil é mostrar o motivo. É, basicamente, pelos motivos que a senhora dá, mas ao invés de ler "mulher", deve-se ler "ser humano". Todos são capazes de se iluminar, o problema é que alguns acham que a escuridão é a única forma de viver ou, pior, é a iluminação. Sinto em ter que empregar essas expressões de iluminação e escuridão, que são tão clichês; mas meu vocabulário não é muito extenso.
De qualquer maneira, nego a superioridade da mulher. Talvez porque eu seja de uma sociedade primordialmente machista, mas não acredito em um feminismo... machista. As mulheres não são melhores e precisam dos homens, da mesma forma que o contrário também é imprescindível. Não. Uma melhor forma de colocar isso é que um ser humano precisa do outro. Isso porque é um ser social...? Acredito que sim. O importante, então, é notar se este contexto social é um ser humano ou se é um "tão simplesmente" homem ou "tão simplesmente" mulher. Um contexto social humano deveria ser capaz de lidar com todas as formas de expressão dos seres humanos que ali estão inseridos. Os outros dois contextos limitarão a julgar aqueles que não conseguem se encaixar direito, bem como punir da forma que lhes mais agrada.

Um contexto oferece todas oportunidades possíveis e impossíveis; os outros limitam e tornam tudo mediano.

Acho que é possível enxergar o "contexto social" como o tal propriamente dito, no macrocosmos das interações humanas, mas também no microcosmos das interações de si consigo mesmo. Se você se trata bem é mais fácil tratar os outros bem. É mais fácil se tornar ser humano. Difícil é tornar os outros seres também.

O outro capítulo, "Relacionamentos", segue com a senhora expondo aquilo que ela acha sobre tal assunto, frente às perguntas do autor.
"Atualmente não existe nada melhor para estragar o relacionamento entre duas pessoas do que o casamento.", diz ela. Enquanto sei que a maior parte das pessoas casadas que conheço concordariam com esta frase, eu acho isso uma balela. Ao ler os argumentos posteriores, vejo quão ocidental é a visão de casamento dessa senhora. De fato, muitos casamentos não dão certo pelos argumentos dados; alguns perduram pelo medo de sair da situação já tão confortável (por ser conhecida), outros simplesmente se esfacelam. Entretanto, acho que essa "falta de sucesso" muito se atribui ao estado ainda "homem" ou "mulher" daqueles envolvidos. O casamento, em si, não é o problema. O problema são aqueles envolvidos.

Sim, sou antiquada ao considerar o matrimônio como sagrado (ao qual todos têm direito). Entretanto, também enxergo como este direito tornou-se banal: celebridades que se casam por 72 horas, por exemplo. Isso porque conhecemos casos das celebridades, imagina os casos não noticiados (acabei de ver uma notícia de um casal que se separou depois de três horas de casamento). Outro link que achei é sobre uma pesquisa de quanto dura o romantismo em um casamento, seguido por uma receita para fazer tal romantismo perdurar. Oi? Fala sério. Para mim, romantismo é o amor entre dois seres humanos. Sem contar que a pesquisa é estatística... (nada contra a estatística em si, mas dá pra perceber quão reducionista isso é?) A receita, por fim, é uma piada. Se você está desesperada porque seu casamento não vai pra frente... é hora de sentar e conversar.
... o problema é, muitos casais só o fazem na hora de assinar os papéis do divórcio...

No fim, superioridade pode ser vista como um conforto para aqueles que pensam ter chegado a algum lugar. Casamento é um contrato. Tudo isso em um contexto social definido por imbecis.
E por quê? Falta de seres humanos, de fato. Eles sabem. O quê, eu ainda não sei. Acredito, porém, em uma coisa: um dia poder ser.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Meta-postagem.

Eu fiquei uns dois ou três dias ensaiando um post. Este, em específico, um dia inteiro.

A verdade é que não estou muito interessada em falar sobre meu dia-a-dia ou coisas do tipo. That's boring, I'd say. Mesmo porque, acho que poucas coisas podem se desenvolver daí e, o que se desenvolve, é demais para eu falar aqui.

Outro ponto importante é que isto é um blog, um espaço na WEB para, supostamente, falar sobre sua vida, como se fosse um diário. Esta proposta é, sem dúvidas, a melhor. Algo pessoal, algo seu, sobre você e tudo aquilo que te interessa. O problema é que um blog nem sempre é assim.
Não estou falando dos blogs famosos, de tirinhas engraçadas, com memes e coisas do tipo. Só pra ressaltar, digo eu.

Por ser um epaço na WEB, qualquer um pode ter acesso, basta a pessoa ter a URL, o endereço. Ou, ainda, procurar no Google (caso seu blog esteja "público" para as pesquisas). Claro, deve levar algum tempo e as palavras certas, mas nada de muito exaustivo. Ok, para nossa geração, sim, já que nos acostumamos com informações instantâneas ou, no mais, rápidas. De qualquer maneira...

Por ser um espaço público, é exatamente por isso que tem-se certo receio de postar tanto que possa identificar sua rotina. Ou, pelo menos, foi assim que aprendi. Acho meio capenga falar aquelas coisas de "na minha época", mas peço licença, agora, para isso. Comecei a blogar com uns 13 anos. Este post, porém, não se trata de experiências pessoais (não no nível de recontar uma história), mas debater sobre este ato: postar.

Observando minha própria trajetória, pode-se dividir o ato de postar em algumas fases. Não quero indicar que uma fase é evolução da outra, mas simplesmente viso apontar como as coisas ocorreram para mim (e o que tiro disso). Para facilitar a (minha) vida, usarei primeira pessoa.
Inicialmente, postei exatamente sobre a proposta de um blog: vida pessoal e cotidiana. Sobre coisas as quais eu não poderia falar com mais ninguém. Logo, o blog era uma válvula de escape. Isso sempre foi, mas ao longo do tempo essas coisas mudaram.
Depois, para atrair mais visitantes, procurei conteúdo que me agradava e que poderia agradar aos outros. Em sua maioria, sobre animes e video-games que eu gostava na época (e, como a maior parte ainda não terminou, ainda gosto lol).
Se não me engano, as postagens seguiram com várias críticas sobre coisas que via aleatoriamente, mundo real ou virtual. Ou ambos.
Por fim, creio que passaram para coisas como esta: pensamentos e ponderações acerca de certo assunto.

(No fim, eu esqueci todo o propósito deste post e me aventurei com outras coisas. É idiotice, mas prefiro continuar.)

Com toda essa porcaria digitada, o que quero dizer é que, no fim, não postamos mais que impressões, por mais que tentemos falar do cotidiano. Impressões de acontecimentos, de sentimentos, de qualquer coisa. No fim, um blog pessoal não é tão pessoal assim, já que, por mais que tentemos escrever, certas impressões, fantasias e pensamentos ficam para sempre trancados dentro de nós. Por mais que você exponha aquilo que sente ou deixa de sentir, é tudo sublime demais, coisas que podem e não podem ser levadas literalmente. Uma contradição. Da mesma forma que exponho meus pensamentos, eles estão ainda mais trancados dentro de mim e o olhar sobre eles será cada vez mais difícil, cada vez que retomo a escrita ou pensamento sobre eles. Não creio que isso seja alguma forma de hipocrisia, bem longe disso. A tentativa de falar sobre algo tão íntimo é real. O problema é, ainda assim é uma tentativa. Portanto, incompleta em seu âmago. Como tudo aquilo que pensamos e sentimos.

E esta é, sem dúvida, outra tentativa de escrever sobre minhas impressões. Oooops!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

E continua...

Faz tempo!

É isso que consigo dizer, neste primeiro post. Faz tempo que não uso um blog (porque ter, haha, este eu sempre tive). Posso apontar diversos motivos, todos completamente plausíveis, daqueles que não haveria pessoa nesta terra que discordasse destes motivos legítimos (?). Entretanto, por mais que eu começasse a discorrer sobre eles, em minha mente, eu poderia ouvir milhares de contra-argumentos sobre. Então, creio mais frutífero pular essa parte de mimimi e blablabla e falar sobre o que interessa.

E o quê, exatamente, interessa?

E vou lá saber eu?!

Não, mentira. Eu sei porque escrevo: porque não escrevo. Deixe-me explicar melhor... por ir à faculdade, por escrever trabalhinhos e isso e isso e aquilo, acabei envolvendo-me em uma relação viciosa com a escrita, que se tornou completamente funcional e vazia. Por ter sido tão elogiada quanto à minha escrita, eu esqueci de praticar e, por fim, esqueci como escrever. Por ter levado tão pouco em consideração, esvaiu-se minha capacidade; e pior, por ter vergonha de me expressar destas formas mais... assim, perdi meu senso de polidez e beleza sublime (se é que algum dia tive um).

Digo, por fim: volto por necessidade. De escrever melhor, de escrever mais. De me expressar de formas satisfatórias. De por aí vai que agora tenho que voltar ao trabalho.